Alienação Parental: Como Identificar e Agir
1. O que é Alienação Parental?
Alienação
parental ocorre quando um dos pais ou responsáveis interfere na formação
psicológica da criança ou do adolescente para que este rejeite o outro genitor.
É uma forma de manipulação emocional que visa afastar o filho do convívio saudável
com o outro responsável, gerando danos emocionais sérios e, em muitos casos,
duradouros.
Exemplos
comuns de alienação parental:
- Desqualificação da conduta do outro
genitor.
- Impedir ou dificultar visitas e contato
entre a criança e o outro genitor.
- Fazer com que a criança escolha entre um
dos pais.
- Omitir informações relevantes sobre a
criança (saúde, educação, atividades).
2. Efeitos Psicológicos da Alienação
Parental nas Crianças:
As
crianças e adolescentes que são vítimas de alienação parental podem apresentar
uma série de problemas emocionais e psicológicos. Entre os efeitos mais comuns
estão:
- Baixa autoestima: A criança pode se sentir rejeitada ou culpada pela
separação dos pais.
- Problemas de confiança: A manipulação pode fazer com que a criança
desenvolva dificuldades em confiar nos outros.
- Depressão e ansiedade: O estresse emocional causado pela alienação
pode desencadear transtornos de ansiedade e depressão.
Além
disso, a relação com o genitor alienado pode ser prejudicada de forma
permanente, dificultando a convivência saudável e equilibrada.
3. Como Identificar a Alienação
Parental:
Alguns
sinais de alienação parental podem ser difíceis de perceber no início, mas é
importante estar atento a comportamentos como:
- A criança começa a demonstrar um desprezo injustificado pelo outro
genitor.
- Repetição de críticas ou ofensas que claramente não são compatíveis
com a idade ou experiência da criança.
- Mudança repentina na atitude da criança após passar tempo com o
alienador.
- A criança parece evitar ou temer o outro genitor sem uma explicação
clara.
4. O que Fazer em Caso de
Alienação Parental?
Se
você suspeita que está ocorrendo alienação parental, é crucial agir para
minimizar os danos à criança. Algumas ações que podem ser tomadas incluem:
- Reunir provas: Registre mensagens, e-mails, testemunhos e outros
documentos que possam evidenciar a prática de alienação parental.
- Buscar diálogo: Se possível, tente conversar de maneira civilizada com
o outro genitor sobre os efeitos da alienação na criança.
- Terapia familiar: Muitas vezes, a ajuda de um psicólogo especializado pode
facilitar o diálogo e ajudar a reparar a relação entre pais e filhos.
- Ação judicial: A Lei da Alienação Parental (Lei nº 12.318/2010)
permite que a parte prejudicada entre com uma ação judicial para pedir a proteção
dos direitos da criança. O juiz pode tomar medidas, como advertência ao
alienador, mudança de guarda ou até mesmo suspensão das visitas.
5. Consequências Legais da
Alienação Parental:
A
alienação parental pode resultar em graves consequências legais para o
alienador. Segundo a Lei nº 12.318/2010, as punições variam de acordo com a
gravidade do caso e podem incluir:
- Advertência ao alienador.
- Ampliação do regime de convivência do genitor alienado.
- Inversão da guarda: O juiz pode decidir pela mudança da guarda para o
genitor alienado, caso considere que é a melhor solução para a criança.
- Suspensão ou perda do poder familiar: Nos casos mais graves, o genitor
alienador pode perder o direito de convívio com a criança ou até mesmo ser
destituído do poder familiar.
6. Como Proteger as Crianças da
Alienação Parental:
Algumas medidas
preventivas podem ser adotadas para evitar que a alienação parental ocorra:
- Promover o diálogo e a convivência pacífica: Mesmo após a separação, é
importante que os pais mantenham uma comunicação respeitosa e incentivem o
convívio da criança com ambos.
- Respeitar o outro genitor: Evitar falar negativamente sobre o
ex-parceiro na frente da criança. Ela não deve ser exposta aos conflitos dos
pais.
- Buscar ajuda profissional: Em casos de conflitos familiares intensos,
contar com a ajuda de um mediador familiar ou psicólogo pode ser a melhor forma
de resolver as diferenças sem envolver a criança.
Bibliografia:
MADALENO, Rolf. Curso de Direito
de Família. 8ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2021.
KFOURI NETO, Miguel. Alienação
Parental e a Responsabilidade Civil dos Pais. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
Comentários
Postar um comentário